sábado, 6 de março de 2010

não sou humano, sou gay! v.2

Esta é a segunda versão da crónica Não sou humano, sou gay! escrita para o programa de rádio do meu estágio. A crónica foi lida em directo e as alterações foram feitas para que esta melhor se adequasse ao meio.

No fim do semestre ser-me-á cedida a gravação e, se a universidade o permitir e todos os participantes do programa estiverem de acordo, colocarei aqui para o poderem ouvir.

Num próximo post, falarei um pouco sobre essa experiência e disponibilizarei a minha reportagem de rádio.

Agora a crónica 2.0. :)

Portugal não tem falta de sangue. Nem de preconceitos. Pelo menos foi o que me pareceu depois de ouvir os depoimentos de Gabriel Olim. “Se diz que é homossexual, a avaliação está feita por si”, refere o presidente do Instituto Português do Sangue. Por outras palavras, sou homossexual, logo tenho comportamentos de risco.

Não é que estagnámos nos anos 80 e 2009 está apenas no calendário do resto do mundo? Sim, porque recentemente as estatísticas demonstraram que para cada 6 heterossexuais portadores do vírus HIV existiriam apenas 2 homo/bissexuais.

Há que entender que não existem “grupos de risco”, mas comportamentos de risco. Um homem heterossexual que tenha vários parceiros está a ter um comportamento de risco. Um homossexual, praticante de sexo seguro, não. E vice-versa.

Terá um homossexual o sangue estragado, sujo ou doente? O seu acto é nobre, mas não a sua linhagem sanguínea? Quais os argumentos científicos que o comprovam?

Dar sangue é um dever que não deveria estar interdito a ninguém. Recusar sangue por mero preconceito não revela insegurança, mas falta de informação.

Para além disso, o ser humano parece ter prazer em estar doente. Se ter preconceito infecta o sangue, metade da população mundial já deveria ter infectado a outra metade. Parem com as doações, que nenhum sangue é viável!

Atenção, também sou a favor da segurança. Um dia também poderei precisar de sangue. Mas é para isso que servem os testes. Ou afinal os médicos não confiam na Ciência?

1 comentário:

C. disse...

Lembraste de eu te dizer que ia abordar o meu professor de Ética sobre isto? E abordei... disse que não fazia sentido nenhum (e que acha que raramente colocam essa "lei" em prática) e que no máximo deveriam era recusar sangue de Portistas (é uma personagem benfiquista ferrenho). Dito isto, só não concordo é que os portugueses deixem aprovar leis destas porque grupos de risco não é a mesma coisa que comportamentos de risco, longe disso! Ah! E não concordo que recusem sangue de Portistas, tendo em conta que sangue pior só mesmo de Benfiquistas... eheheheh

Excelente trabalho :) e obrigada pelos comments!

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails