sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

???

Afinal em que século vivemos?

Acho que falta um pouco de cultura neste país...

(cliquem no título)

:*


As estrelas apanham-se com beijos
E guardam-se no olhar.

27 Fevereiro 09

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Shhhh!...

Soprem o sol,
Dispam-lhe a luz.
O sonho quer ser inventado!

26 Fevereiro 09

domingo, 22 de fevereiro de 2009

A verdade não está cá em cima. Está lá em baixo.

uma cimeira pra ver
tomar um chá e esquecer
não é teu filho que está
na boca desse canhão
um prémio Nobel pra ti
promove a paz e sorri
vem amanhã ao meu show
e eu vou mostrar-te quem sou

ainda pode descer mais
os homens querem ver
se os homens querem pode descer

deus não me quer responder
mãe ajuda-me a ver o sentido da luta
nós fizemos tudo por tudo
contratámos os melhores filhos da puta

isso existe

isso existe mas nunca acontece
e do que só parece o coração desiste

isso existe

ainda pode descer mais
os homens querem ver
se os homens querem
pode descer mais

estive há dez minutos atrás da varanda
do meu quinto andar,
a observar a cúpula invisível entre o
céu e o enorme lego de betão
e a sentir-me um inquilino passageiro
desta pensão de uma estrela
perdida na imensa cidade negra a que
damos o nome de universo.
curiosamente parece que é o único
sítio que temos para passar a longa
noite que nos espera.
e é aí que eu saio para apanhar a
frequência.
como que a comer um ponto
e a cagar um verso
no meu prisma, a encaixar,
provavelmente no de outros feito um
filósofo de merda.
mas a vida é isso mesmo, um monte de
gente a fazer de conta que se entende
e ninguém sabe dizer o que viveu.
e por isso nos pedem que caminhemos
alegres para o precipício, sem
questionar,
porque estaremos sempre longe. mas
longe rapidamente fica perto
e perto rapidamente passa por nós. eu
não quero mandar-te para baixo,
mas eu sei que me entendes, tu também
tens medo de morrer,
toda a gente tem. só que normalmente
evocamos nomes de problemas
para nos convencermos que estamos
ocupados a resolver uma situação
importante
quando não tem importância nenhuma.
entretanto o tapete rola
e nós irritamo-nos com a
inevitabilidade, e nos nossos sonhos
dizemos:
-torna-me imortal! torna-me imortal!
eu não vou aguentar deixar de existir!
e é aí que eu entro para sair da
frequência, seduzir-te com os meus
sonhos,
tu não vês como empreendo? e como eu
mais um milhão de sonhadores leva com
ele muitos braços de outros,
acéfalos, na lotaria dos ideais,
descrentes, beijando o número do
bilhete.
mas quero dizer-te que a viagem é tua,
e eu não quero empurrar-te à força para a rua.
se eu falhar eu vou passar de deus a
carrasco, embalsamado e metido dentro
de um frasco,
para te lembrares da mentira, mas a
verdade é que ganhamos sempre.

Ainda pode descer.Adivinhem de quem: Manuel Cruz.

Inspirações/Expirações

Quando escrevo vem-me ao coração não só sentimentos, mas também memórias e medos. Principalmente sonhos e medos. Desejos.

Vêm-me livros, músicas, filmes, conversas. Vem-me Fernando Pessoa, E. E. Cummings, E. A. Poe. E Vergílio Ferreira, Manuel Cruz, José Régio, Miguel Esteves Cardoso, Florbela Espanca...Saramago. Porque gostava de ser como eles. Sábios e diferentes, com a angústia a pairar-lhes na cabeça. Ou talvez outra coisa que não a angústia. Algo a roçar o outro lado da lua, talvez.

São especiais. Génios à sua maneira. O humor, a crua realidade, a lírica das suas palavras. Queria ser como eles.

Vou-vos deixar com uma das minhas músicas preferidas. Vão perceber porquê.

...

somos a fachada
de uma coisa morta
e a vida como que a bater à nossa
porta
quando formos velhos
se um dia formos velhos
quem irá querer saber quem tinha razão
de olhos na falésia
espera pelo vento
ele dá-te a direcção

ninguém é quem queria ser
eu queria ser ninguém

a idade é oca e não pode ser motivo
estás a ver o mundo feito um velho
arquivo
eu caminho e canto pela estrada fora
e o que era mentira pode ser verdade
agora
se o cifrão sustenta a química da vida
porque tens ainda medo de morrer
faltará dinheiro
faltará cultura
faltará procura dentro do teu ser

ninguém é quem queria ser
eu queria ser ninguém

diz-me se ainda esperas encontrar o
sentido
mesmo sendo avesso a vê-lo em ti
vestido
não tens de olhar sem gosto
nem de gostar sem ver
ninguém é quem queria ser

ninguém é quem queria ser
eu queria ser ninguém

Ninguém É Quem Queria Ser por Manuel Cruz

P.S. Visitem o site do artista para ouvirem as músicas aqui (garanto que não se vão arrepender). As letras podem ver lá também, mas para uma lista mais completa voir ici.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

tinta vectorizada

Surgiu-me uma ideia enquanto navegava pelo site da Magnum (não é o dos gelados, seus gulosos), quando me surgiu uma fantástica(?) ideia:

Vou começar a ilustrar os meus poemas e também a criar outros, que já estou há muito tempo sem escrever...

Por hoje é só isto. :)

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Um livro nunca é apenas um livro

Um livro pode realmente mudar a vida de alguém. Por um feliz acaso, o livro "Amanhã à Mesma Hora" de Leonor Sousa chamou-me à atenção na lista imensa disponível no site do BookCrossing.

Quando recebi o livro em casa e me deparei com o subtítulo (“Diário de uma Stripper Portuguesa”) confesso que fiquei admirada e com uma certa vergonha de que lá em casa se dessem conta do tipo de livro que eu tinha escolhido para ler. Por outro lado, estava ansiosa por começar a leitura e ver o que iria sair de um título tão promissor.

Quando faço uma auto-crítica costumo salientar que sou uma pessoa sem preconceitos e sem tabus, aceitando todos os tipos, formas e estilos de vida/ser. Se realizar uma análise mais profunda verei que é mentira e isso denota-se pelas minhas reacções (como a do livro foi exemplo) e pela maneira como, às vezes, comunico.

Talvez tente ser uma pessoa justa e afastar sempre que possa “ideias pré-formadas”. Nem sempre me lembro e, quando me lembro, nem sempre consigo fazê-lo.

Como muita gente, associei a palavra “stripper” a algo negativo e reprovável, porém, ao mesmo tempo, aliciante e sedutor. Talvez até proibido ou com uma certa dose de pecado. Apesar de não ser católica (na verdade fui baptizada, mas isso não é algo que tenha escolhido, certo?), é-o a nossa sociedade, pelo que existem sempre certas crenças/sentimentos/entre outros que se alojam no nosso inconsciente e nos fazem ser alguém que poderemos não gostar de ser.

Ainda não acabei de ler o livro, ainda falta um bocadinho, mas tive curiosidade e fui pesquisar como com todos os livros que leio, ou pelo menos aqueles que mais me chamam à atenção. Gosto de adquirir mais informações do que aquelas presentes no conteúdo do que leio. Seja sobre o autor(a) ou de certos aspectos abordados por este(a).

O factor humorístico ajudou imenso no confronto entre as ideias descritas nas páginas e o meu próprio modo de pensar. Passei a admirar a coragem de Leonor, depois de saber de que estava próximo da história auto-biográfica; descoberta que foi feita durante a minha pesquisa : o primeiro site que o Google forneceu reencaminhou-me para o blogue da escritora.

Comecei a lê-lo e à medida que ia conhecendo melhor a autora mais a admirava. Olhei para mim e vi que há muita coisa que ainda tenho que melhorar na minha personalidade, assim como na minha cultura. Ainda não sou a mulher que eu acho ser a ideal, isso é grave. Já tenho 25 anos, não sou nenhuma adolescente que anda por aí aos encontrões sem saber o que há-de fazer da vida. Eu ainda ando aos encontrões, tenho de mudar isso.

O livro fez-me re-auto-avaliar-me (ai, tantos hífenes na mesma palavra...) de tal forma que cedi ao impulso de escrever à autora, através do «correio electrónico» fornecido no seu blogue. As palavras dirigidas a Leonor foram, mais ou menos, as que vocês leram.

A sua partilha de experiências ajudou-me a abrir a mente e a pensar melhor nas minhas escolhas e na pessoa que quero ser. Espero não esquecer as lições que este livro traz dentro de si e poder dizer, um dia mais tarde, que mudou a minha vida, não sendo apenas uma vontade temporária.

Mais uma vez, obrigada Leonor!

P.S. Afinal é "email" ou "e-mail"? O corrector ortográfico anda a confundir-me, eu sempre escrevi e-mail! Vou passar a usar o termo "correio electrónico"...

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