terça-feira, 20 de setembro de 2011

Mais eles, menos nós

Há tanto de belo neste mundo como de malvadez e eu nunca sei qual deles prevalece. Hoje vi um conjunto de vídeos referentes ao programa "Quem Quer Ser Milionário" num dos nossos países irmãos: Angola.



Não sei o que mais me irrita neste programa, se a sua existência num país em que cerca de 60% (dados da Unesco e CIA) da população é analfabeta ou pela escolha do apresentador que, apesar de viver no país e conhecer a sua realidade, ainda tem o descaramento de se rir dos concorrentes, rebaixando-os. Ele sim, pode ser chamado de incompetente e de ignorante.

Os países que se aclamam desenvolvidos poucos esforços fizeram para que este povo seja instruído. Sim, existem programas educativos, porém estamos a falar de projectos relativamente recentes, datados de 1993 e com resultados considerados satisfatórios somente em 2014.  A guerra civil, que teve início em 1975 e terminou somente em 2002, apenas contribui para um país mais pobre e mutilado.

Como vocês já sabem, um povo iliterado é mais facilmente roubado e Angola possui os recursos naturais mais apetecíveis dos sonhos multimilionários: obter petróleo e diamantes a um custo irrisório e depois vendê-los a preços exorbitantes para sustentar os luxos desta decadente sociedade capitalista. E ainda não referi o café, o tabaco, a cana-de-açúcar e outros.

Os comentários aos referidos vídeos são também abomináveis e igualmente néscios. Pessoas com formação a elaborarem insultos racistas e sem fundamento, nem sequer se dando ao trabalho de pesquisar e raciocinar. Inúmeras vezes me pergunto quais serão os maiores burros: penso que somos nós, os licenciados, mestres e doutores refugiados nas nossas vidas fáceis.

Angola deve habitar nos nossos sonhos sim. Mas desta forma:


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