Há um certo orgulho no “corta e cola”. Ele reside na superioridade da rapidez, na falta de esforço. Naquela boa nota sem brilhantismo nenhum.
O CTRL (C+V), tão inocente, confia na cegueira de quem o lê. Infelizmente, o corte não é feito apenas no texto...
Inspirarmo-nos nos outros para criar a nossa própria identidade é inevitável. Só assim se cresce. Absorvemos um conjunto de características e adequamo-las à nossa unicidade: isso é a descoberta do que nos identifica.
A plena absorção (sem qualquer mudança) é algo mais do que a entrega daquilo que (não) somos. É também renúncia. Falta de confiança.
Aos quatro cliques do plágio não se poderá chamar de pesquisa. Falta-lhe o método, a ética, a autenticidade. Estes macaquinhos (ou muletas) são monótonos, ilegais e quase que omnipresentes. Muitas das vezes têm sotaque brasileiro; mas não por muito tempo: o Novo Acordo Ortográfico será a sua quinta perna.
A criatividade faz parte do espírito humano; com ela o mundo é transfigurável e adequa-se às nossas necessidades e desejos. Cortar um texto é retirar mundos ao mundo. Desculpem-me o cliché.
Todavia, os plagiadores também sabem ser criativos! Na bibliografia, por exemplo. Em seu poder está um manto de invisibilidade com características excepcionais, esconde e revela autores à sua mercê e ainda lhes troca a identidade!
Não é surpresa, então, que se vejam recorrentemente textos impregnados de erros ortográficos e/ou gramaticais. Ou que se ouçam perguntas, digamos, pouco adequadas. Ou básicas...
O futuro preocupa-me.