segunda-feira, 19 de abril de 2010

copia-me!

Há um certo orgulho no “corta e cola”. Ele reside na superioridade da rapidez, na falta de esforço. Naquela boa nota sem brilhantismo nenhum.

O CTRL (C+V), tão inocente, confia na cegueira de quem o lê. Infelizmente, o corte não é feito apenas no texto...

Inspirarmo-nos nos outros para criar a nossa própria identidade é inevitável. Só assim se cresce. Absorvemos um conjunto de características e adequamo-las à nossa unicidade: isso é a descoberta do que nos identifica.

A plena absorção (sem qualquer mudança) é algo mais do que a entrega daquilo que (não) somos. É também renúncia. Falta de confiança.

Aos quatro cliques do plágio não se poderá chamar de pesquisa. Falta-lhe o método, a ética, a autenticidade. Estes macaquinhos (ou muletas) são  monótonos, ilegais e quase que omnipresentes. Muitas das vezes têm sotaque brasileiro; mas não por muito tempo: o Novo Acordo Ortográfico será a sua quinta perna.

A criatividade faz parte do espírito humano; com ela o mundo é transfigurável e adequa-se às nossas necessidades e desejos. Cortar um texto é retirar mundos ao mundo. Desculpem-me o cliché.

Todavia, os plagiadores também  sabem ser criativos! Na bibliografia, por exemplo. Em seu poder está um manto de invisibilidade com características excepcionais, esconde e revela autores à sua mercê e ainda lhes troca a identidade!

Não é surpresa, então, que se vejam recorrentemente textos impregnados de erros ortográficos e/ou gramaticais. Ou que se ouçam perguntas, digamos, pouco adequadas. Ou básicas...

O futuro preocupa-me.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

mini perfeição

Ser imperfeito é ser especial. Aí reside o Absoluto.

Ser imperfeito é ser belo. A perfeição é monótona e aborrecida. A perfeição é um fim. Eu gosto é do antes. No fim já não sou nada. O nada não existe, o nada não é belo. A imperfeição é eterna.

Os momentos percem e migram para a memória. Não deviam. Não devia existir memória. Ela desgasta os melhores momentos e embeleza aqueles que não foram assim tão bons. É demasiado imperfeita e por isso demasiado bela.

Diz-se que o Homem é imperfeito. Demorem-se nas suas curvas e adormeçam com as suas palavras, corem perante o seu olhar e derretam-se a cada gesto. Conceberiam algo ainda mais belo?

Mais belo só o amor. Em borboletas espalha-nos o sangue no espírito que adormece nos sentidos. Tudo tem aquele doce gosto da primeira vez, todos os dias. O amor só existe na perfeição imperfeita: a verdadeira perfeição. Aquela pela qual todos os dias nos apaixonamos.

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