domingo, 8 de fevereiro de 2009

Um livro nunca é apenas um livro

Um livro pode realmente mudar a vida de alguém. Por um feliz acaso, o livro "Amanhã à Mesma Hora" de Leonor Sousa chamou-me à atenção na lista imensa disponível no site do BookCrossing.

Quando recebi o livro em casa e me deparei com o subtítulo (“Diário de uma Stripper Portuguesa”) confesso que fiquei admirada e com uma certa vergonha de que lá em casa se dessem conta do tipo de livro que eu tinha escolhido para ler. Por outro lado, estava ansiosa por começar a leitura e ver o que iria sair de um título tão promissor.

Quando faço uma auto-crítica costumo salientar que sou uma pessoa sem preconceitos e sem tabus, aceitando todos os tipos, formas e estilos de vida/ser. Se realizar uma análise mais profunda verei que é mentira e isso denota-se pelas minhas reacções (como a do livro foi exemplo) e pela maneira como, às vezes, comunico.

Talvez tente ser uma pessoa justa e afastar sempre que possa “ideias pré-formadas”. Nem sempre me lembro e, quando me lembro, nem sempre consigo fazê-lo.

Como muita gente, associei a palavra “stripper” a algo negativo e reprovável, porém, ao mesmo tempo, aliciante e sedutor. Talvez até proibido ou com uma certa dose de pecado. Apesar de não ser católica (na verdade fui baptizada, mas isso não é algo que tenha escolhido, certo?), é-o a nossa sociedade, pelo que existem sempre certas crenças/sentimentos/entre outros que se alojam no nosso inconsciente e nos fazem ser alguém que poderemos não gostar de ser.

Ainda não acabei de ler o livro, ainda falta um bocadinho, mas tive curiosidade e fui pesquisar como com todos os livros que leio, ou pelo menos aqueles que mais me chamam à atenção. Gosto de adquirir mais informações do que aquelas presentes no conteúdo do que leio. Seja sobre o autor(a) ou de certos aspectos abordados por este(a).

O factor humorístico ajudou imenso no confronto entre as ideias descritas nas páginas e o meu próprio modo de pensar. Passei a admirar a coragem de Leonor, depois de saber de que estava próximo da história auto-biográfica; descoberta que foi feita durante a minha pesquisa : o primeiro site que o Google forneceu reencaminhou-me para o blogue da escritora.

Comecei a lê-lo e à medida que ia conhecendo melhor a autora mais a admirava. Olhei para mim e vi que há muita coisa que ainda tenho que melhorar na minha personalidade, assim como na minha cultura. Ainda não sou a mulher que eu acho ser a ideal, isso é grave. Já tenho 25 anos, não sou nenhuma adolescente que anda por aí aos encontrões sem saber o que há-de fazer da vida. Eu ainda ando aos encontrões, tenho de mudar isso.

O livro fez-me re-auto-avaliar-me (ai, tantos hífenes na mesma palavra...) de tal forma que cedi ao impulso de escrever à autora, através do «correio electrónico» fornecido no seu blogue. As palavras dirigidas a Leonor foram, mais ou menos, as que vocês leram.

A sua partilha de experiências ajudou-me a abrir a mente e a pensar melhor nas minhas escolhas e na pessoa que quero ser. Espero não esquecer as lições que este livro traz dentro de si e poder dizer, um dia mais tarde, que mudou a minha vida, não sendo apenas uma vontade temporária.

Mais uma vez, obrigada Leonor!

P.S. Afinal é "email" ou "e-mail"? O corrector ortográfico anda a confundir-me, eu sempre escrevi e-mail! Vou passar a usar o termo "correio electrónico"...

2 comentários:

Anónimo disse...

os livros tem essa capacidade fantastica!

e para alem de didaticos, fazem crescer e tem a capacidade de abalar aquilo que tinhamos como adquirido. ainda bem q te consegues excluir de ti propria e identificares q tens alguns aspectos a corrigir. isso é mt bom msm :)

Anónimo disse...

Apesar de às vezes me achar perfeita (cof cof), passo a maior parte do tempo a tentar melhorar aquilo que sou ou penso que sou. Para a frente é o caminho, não é?

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