sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

fragmentos

via praça do artesanato

Vivemos de estratégias. De tutoriais. De how-to’s. Citações pseudo-profundas. A vida que vivemos será mesmo nossa?

“Mude de vida em 59 segundos”, “15 alimentos obrigatórios sem calorias”, “16 razões para não ter filhos”, “Sexo: o que eles querem”. É esta a cultura das revistas cor-de-rosa. É isto que a maior parte das mulheres portuguesas lêem. É nisto que elas se querem tornar.

Asimov já falava em robôs por alguma razão, às vezes parecemos apenas máquinas à espera de instrução. Não é preciso criar computadores inteligentes, que pensem por si próprios. Porque mesmo a espécie humana falhou nesse ponto.

Mas eu estava a falar de estratégias. Sempre que ouço esta palavra lembro-me de manipulação e de guerra. Ou será adaptação? Actualização? Darwin? 孙武 (Sun Tzu)? Conhecer o que nos rodeia? Questionarmo-nos? Evoluirmos?

Desde que ainda éramos metade-óvulo-metade-espermatozóide (ou ainda antes disso) que somos fragmentos de fragmentos de fragmentos. Sou a cauda de um cometa. Uma pequena parte da nébula. Já vivi na sopa primitiva e conquistei o céu em forma de relâmpago.

Um dia serei apenas parte lixo, parte substância nutritiva. Contribuirei, talvez, para a História da humanidade, mas a narrativa mais importante ficará por contar: os medos, os sonhos, as fobias, as vitórias, os fracassos, a descoberta.

Não me tornarei no nada, que por muito tempo pensei que me transformaria. Serei tudo. Cada átomo viajará tempos e espaços infinitos. Voltarei a ser estrela cadente e realizarei milhares de desejos. Repousarei nas crateras da lua e, mais uma vez, serei seduzida pelos encantos do pequeno planeta azul.




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