Ser imperfeito é ser especial. Aí reside o Absoluto.
Ser imperfeito é ser belo. A perfeição é monótona e aborrecida. A perfeição é um fim. Eu gosto é do antes. No fim já não sou nada. O nada não existe, o nada não é belo. A imperfeição é eterna.
Os momentos percem e migram para a memória. Não deviam. Não devia existir memória. Ela desgasta os melhores momentos e embeleza aqueles que não foram assim tão bons. É demasiado imperfeita e por isso demasiado bela.
Diz-se que o Homem é imperfeito. Demorem-se nas suas curvas e adormeçam com as suas palavras, corem perante o seu olhar e derretam-se a cada gesto. Conceberiam algo ainda mais belo?
Mais belo só o amor. Em borboletas espalha-nos o sangue no espírito que adormece nos sentidos. Tudo tem aquele doce gosto da primeira vez, todos os dias. O amor só existe na perfeição imperfeita: a verdadeira perfeição. Aquela pela qual todos os dias nos apaixonamos.
5 comentários:
Já dizia o sábio: o amor verdadeiro, é o amor pelos defeitos :)
Apesar de ser cliché, ninguém é perfeito e seria um aborrecimento pegado se assim fosse.
Quando escreves que a memória desgasta os melhores momentos, fazes-me lembrar Caeiro e sua 'luta' pela atitude de 'não pensar' ("Pensar é estar doente dos olhos").
E sim, minha cara Nicia, até que me provem o contrário, a única coisa bela na merda deste mundo é o amor. Ele move tudo.
Acho que sou mais parecida com Fernando Pessoa do que pensava. Talvez um misto de Fernando Pessoa com Vergílio Ferreira. :)
Sabes, desde que me conheço que sou adepta dos livros e do prazer que é a leitura. No entanto, a poesia não era o meu forte até que me deparo com este génio que, à falta de literatura de exclência, decide ele mesmo criar toda uma obra incrivel fazendo revestir-se de pessoas tão mas tão diferentes dele mesmo. E isto, transcende qualquer magnificiência. Até me arrepio.
Encontro em cada um deles pedaços de mim, fascina-me os sonhos de Pessoa, o futurismo exarcebado de Campos, a ausência de pensamento em Caeiro e a atitude face às relações de Reis. Para não falar de outros heterónimos não tão conhecidos.
Sou pessoana (que ironia este 'pessoana' transporta) de alma e coração e até na data de nascimento coincidimos :) Agradeço-lhe o meu gosto pela poesia. E como um verso pode conter tanto!
E pronto, vim fazer uma ode para o ter blog xDDD
Sugestões: José Regio, Alexandre O' neal.
Oh José Régio!... Outra paixão. E Poe também. Alexandre O'nneal nunca li, mas vou experimentar. Obrigada pela sugestão e pela ode. :)
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