Imortalidade de Milan Kundera
Nota: 5 de 5 estrelas (18 em 20)
A Imortalidade de Milan Kundera é um livro de reflexão sobre a morte, sobre a nossa noção de morte. Mas também sobre Deus e a Criação, a vida, o amor e o sexo. A Imortalidade fala-nos essencialmente sobre o ser humano, obrigando-nos a meditar sobre as nossas acções e o olhar que deitamos ao mundo. Já por isso a dimensão dos capítulos é muito curta, incitando às questões, ao tomar de notas...
A narrativa destaca-se das demais histórias: há um diálogo com o leitor, uma intimidade partilhada através de pedaços descritos da realidade do autor/narrador. E as histórias das personagens são a história dele. E a história de outros livros e deste mundo também. Devido a esta característica fez-me lembrar Gaardner n'O Mundo de Sofia.
É um livro que nos acompanha mesmo depois de a leitura estar terminada e que nos chama para uma outra, podendo responder assim às contínuas questões que vamos formulando.
Estas foram as minhas reflexões: Porque se diz "depois da morte" e não "durante a morte"? A morte não é um verbo, é um estado (tal como a vida). A morte é eterna, depois da morte não há nada.
Odiar alguém pode ser considerado traição? Termos algo em comum com alguém aproxima-nos necessariamente dessa pessoa, mais ainda do que com outra em que isso não acontece?
Ao tornarmos algo sagrado não o estaremos a destruir? Ao afastarmos de nós o que mais gostamos, não estaremos a tirar valor a essa pessoa ou objecto? Será que os tornamos sagrados por amor ou por medo?
Agora, aos poucos, vou-me tentando responder.
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Outras informações:
Data de Publicação: Maio de 1999 (3ª edição)
Editora: Publicações Dom Quixote
Tradução: Miguel Serras Pereira
ISBN: 972-20-0804-8
Data de Leitura: 09 de Setembro de 2010
Aquisição: Biblioteca Municipal Almeida Garret
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