Entre o rir e o chorar
Reconheço quem sou
Entre o ir e o ficar
Viajo p'ra onde não vou
Entre os abraços dos teus sons
... E silêncios
Se descobrem os dons
Ao sabor dos quatro ventos
És musa encantadora
Que faz sonhar
Me faz sorrir e dançar
Me faz, por vezes, meditar
O Tempo é eterno
E o espaço infinito
A Morte incerta
Deixa de ter um visto
O corpo extasia-se
Fala como quem quer voar
Nada importa
Só interessa escutar-
-te.
Sentir teus arrepios
(E as batidas)
Teus toques claros e sombrios
De fugas, de amores
De gentes e cores
Faz-me vil, faz-me divina
Faz-me tua, num eterno prazer
07Agosto08
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O meu poema mais "recente".
2 comentários:
Vejo-te aqui muitas semelhanças com Florbela Espanca na sua fase + positiva, ou seja...
As primeiras tres quadras reflectem o teu à-vontade numa determinada situação (de apaixonada, presumo) e depois complementas isso com alguns elementos eróticos, somando a isso o "Faz-me divina" que te coloca numa esfera já mais sobrenatural, digamos :p
Pelos menos é o meu ponto de vista... É inevitavel nao falar em Florbela =D
Quando escrevi este poema estava num tipo de meditação, por isso não pensei muito no que iria escrever, deixei só fluir o que sentia.
Há músicas que me fazem sentir assim (eu escrevi isto enquanto ouvia a Europa dos Forseti).
Acho que este poema exprime mais a paixão do que o erotismo, a parte em que falo da divindade ou do prazer é mais ligado à entrega à música e às alegrias que isso traz.
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